quarta-feira, outubro 24, 2007

Educação = arroz com feijão

A educação comunistóide brasileira, afetada por inúmeras teorias vanguardistas, conseguiu colocar o Brasil num piores lugares do ranking mundial de classificação de alunos por retenção de conhecimento. Estamos sempre beirando os últimos lugares. Aqui nós não conseguimos que os nossos alunos aprendam com eficiência a língua pátria e as quatro operações e queremos ensinar senso crítico (para semi-analfabetos ou analfabetos funcionais), nossos meninos mal parendem onde têm o nariz e queremos que entendam a reprodução insetos, trigonometria, balanceamento químico e noções de mecânica quântica.
A nossa educação é a mais abrangente e, ao mesmo tempo, a menos eficaz. Queremos ensinar lasanha quando não conseguimos ensinar nem o arroz com feijão. A Finlândia, que por sua vez está nos primeiros lugares, faz sempre o arroz com feijão e deixa que no momento certo cada aluno, se achar necessário, aprenda lasanha.
Que pena que a França não é aqui, leiam o texto abaixo:
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, escreveu uma carta de 32 páginas aos professores. Ela foi impressa em mais de um milhão de exemplares no formato de um fascículo e entregue no domicílio de cada funcionário da Educação Nacional, escolas privadas e agrícolas. Trata-se de algo inédito desde 1883, quando Jules Ferry --- o criador da escola livre, obrigatória e laica, na França --- enviou uma circular à docência francesa inteira. Sarkozy diz que escreveu com “paixão”, “pensado nos filhos” e convida os destinatários da Carta aos Educadores a reformar o sistema educacional francês. Justifica a proposta atacando a herança deixada pelo movimento estudantil de Maio de 68. Escreve ele: “Por uma espécie de reação, depois de algumas décadas, a personalidade da criança foi colocada no centro da educação no lugar do saber.” Sarkozy quer a volta do ensino da cultura geral que recuou em relação a uma “especialização excessiva e precoce”. Os filhos das famílias modestas não devem apenas apreender a ler, escrever e contar. A idéia de que eles não precisam ser confrontados com os grandes autores é “uma das maiores marcas de indiferença,” segundo o presidente. Nenhum aluno deve passar de ano sem que seja submetido a uma prova rigorosa que determina sua capacidade para entrar na etapa seguinte. A autoridade do professor sobre o aluno deve ser restabelecida. “Nós não valorizamos o bastante a transmissão do conhecimento,” escreve Sarkozy. Ainda que defenda a tradição francesa, o presidente acha essencial uma maior abertura ao saber, cultura, pontos de vistas estrangeiros. A escola deve permanecer laica, mas a gênese das grandes religiões, suas percepções do homem e do mundo devem ser estudadas. O presidente francês diz que os educadores são os mais capacitados para decidir o que é bom para os alunos. Ele promete que a revalorização da missão de ensinar será uma prioridade do seu mandato. Mas os aumentos salariais serão em função do resultado. Os sindicados dos professores reagiram com cautela. Embora admitam uma linha clara para a educação nacional que abre um debate nacional, denunciam uma “lógica mercantil” do governo que prevê corte de pessoal, redução do tempo de estudos para os alunos e aumento na carga de trabalho dos professores.