segunda-feira, abril 16, 2007

Histórias da Tanak's II

Minha turma de adolescência ficou praticamente imutável até que completássemos 21 ou 22 anos. Nesse tempo vivemos aventuras incríveis, algumas delas já relatadas. Num sábado tomamos um ônibus para a cidade de Loanda, onde moravam os pais de um de nossos membros ilustres, o falecido Roberval Castro Zorato (uma figura que daria muitas histórias). O fato que, como era sábado no começo da tarde, poucas pessoas estavam no ônibus, apenas nós (eu, ele, o Pio, o Black e o Tanaka) e uma velhinha de uns 70 anos. Como todo adolescente sentamo-nos no fundo do carro para falar besteira e contar piadas sem sermos ouvidos.
Ocorre que o banheiro nos ônibus são sempre na parte de trás, estávamos então cara a cara com ele e com aquele cheirinho característico de sopa de paletó de mendigo. A senhora resolveu visitá-lo, mas como todos sabem as portas de banheiros de ônibus fecham em dois estágios, o primeiro fecha e o segundo trava. Como se tratava de uma senhora de idade, de pouca força, ela só conseguiu fechar o primeiro estágio, até aí tudo bem estávamos numa grande reta. Ergueu a sua saia, abaixou sua calcinha (nada garante que estivesse usando, posto que isso não é um acessório comum em pessoas de muita idade, sentou-se no vaso e estava feliz (eu presumo).
Qual não foi a nossa surpresa quando o motorista faz uma curva acentuada para a direita e a porta se abriu com toda a força e prendeu na trava de fora. Imaginem a situação: ficamos todos na constrangedora situação de ver a senhora de saia no chão, sentada no vaso e sem condições óbvias de se levantar e puxar a porta. Ou ela se cobria ou fechava a porta. Nós, no entanto, não sabíamos se levantávamos e pegávamos a porta ou se saímos dali para que ela sem contrangimento o fizesse. Ocorre que essa indecisão durou cerca de alguns minutos, que pareceram horas, nem nós fazíamos nada, nem ela. Até que o falecido Roberval, apiedado da senhora, levantou-se, fechou a porta, não sem antes tentar consertar dizendo:
- Fique tranqüila senhora que a gente não viu nada, pode continuar sossegada o que senhora estava fazendo.
Foi o que ela fez e não saiu do banheiro até o ônibus chegar ao destino. E nós, como bons meninos, não rimos de nada.

4 Comments:

At 4:37 PM, Anonymous Anônimo said...

"Não vimos nada".- "Claro que viram seus moleques safados!". E para ela ter ficado no banheiro até o final da viagem dá para imaginar a "zoação". "Bons meninos", Rárá! Que piada, quase um santo, certo Nailor? Santo Nailor ainda vai ser bestificado, opa, beatificado pelo papito! Só estamos esperando ele morrer para iniciar o processo.

 
At 1:08 AM, Anonymous Anônimo said...

e Nailor vc ñ tem jeito
vc é muito engraçado,mais professor vc é muito divertido,tenho certeza q todos gostam d esuas histórias.
hauahuau

 
At 7:54 PM, Blogger Camila said...

HAhaha..adorei isso aqui!
Saudade de suas histórias, teacher!
Tudo de bom pra você!
=]

 
At 10:37 PM, Blogger Unknown said...

E profe que saudadesssssss.Otimas suas histórias, que as pessoas saibam aproveitar este grande mestre.Um forte abraço.
Eliane- Pvaí

 

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