segunda-feira, junho 18, 2007

Filosofia de elevador II

Nunca pensei que pudesse me sentir tão bem num enterro.
O homem que morreu estava num quadro na parede da sala, perpetuado de morto-vivo. Desses que morrem, mas estão sempre presentes.
Ninguém velava o homem. Só uma televisão em altura moderada, por respeito, lhe fazia companhia.
O morto era a realidade viva e a televisão, a realidade virtualmente viva. Dois mortos passivamente se velavam.
Eu assisti a tudo, sem mudar de canal.

1 Comments:

At 3:02 PM, Blogger Unknown said...

Que os mortos velem seus mortos independente da realidade que vivam!

 

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