segunda-feira, maio 28, 2007

São Paulo Toujours

Estive nesse final de semana, 26/27 de maio, em São Paulo, a paulicéia desvairada de Mário de Andrade, a sampa, de Caetano, a terra da garoa, do folclore, a maravilhosa capital do baronato do café da belle-époque. Cada vez que passo por lá, sei que o mundo também passa por lá, o mundo está representado um pouquinho em cada pedaço daquele lugar. Quando eu morrer não contem aos meus inimigos quero ficar enterrado por lá. Todos nós (ou pelo menos os estudantes) deveríamos receber um bônus do governo para passear por São Paulo duas vezes por ano. Para maior parte de nós valerá anos de estudo. Na rua Lopes Chaves esqueçam as vossas cabeças.
Desta vez, eu passeei pelo mundo encantado de aromas imperdíveis do Mercado Municipal, que é uma viagem de sensações, um exercício sinestésico de prazeres intraduzíveis: comi sanduíche de mortadela e chupei mangustão, tomei chope escuro comendo um petisco de figo seco com queijo brie, comi cereja fresca enquanto o barraqueiro me explicava porque a cachaça Havana custava R$ 25.000 a garrafa.
Do mercado para a Pinacoteca, onde estão as fotobiografias dos reis franceses Luís XIV, XV e XVI, do acervo particular do Palais de Versailles. Da Pinacoteca para o museu interativo mais admirável que eu já vi na vida e o primeiro do molde no mundo, que é o Museu da Língua Portuguesa (fica em frente à Pinacoteca) e é, praticamente, um passeio só. Quem não viu, veja. Você sai de lá ciente de que sua pátria é sua língua e sabe que a última flor do Lácio não é mais tão inculta assim, mas mais do que nunca é bela e, se depois da visita tiver uma grande idéia, faça uma canção, porque só é possível filosofar em alemão.

1 Comments:

At 10:17 AM, Blogger J. MARTINI said...

Caro Nailor
Vc passeando pelas maravilhas culturais de Sampa e nós, aqui na gélida Curitiba, passeando pelas tuas histórias.
É que internet, pode ter muitas caras. Pra mim, por vezes, ela funciona como albúm de fotografias amarelado.
Através de um e-mail mal configurado que recebi, o famoso "Lei do Zeca", onde apenas conseguia-se ver o nome do autor de tal texto, lembrei-me de ti e tuas histórias; e depois é só querer: a internet já não guarda segredos ou lugares... é como se o albúm se atualizasse sozinho!!!
Fui sua aluna, digamos, um bom tempo atrás, quando você sequer tinha pinta de palestrante... rsrs. Mas já naquela altura, passava-nos bons valores, que vejo felizmente conservaram-se.
De qualquer maneira, quando referi-me a "nós" no princípio deste lero-lero, é que chegamos a conclusão, em uma festa particular de "meninas" que Deus existe: faz poetas como você e os homens casam!!!!! Inacreditável...
Um beijo grande, JAQ.
(jaqmartins2@gmail.com)

 

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