Essa história é, no mínimo, hilária. Ela é uma reunião de ingenuidade e grotesco. O irmão de um amigo nosso, o do shopping chamado center, de outra história postada aqui, veio passear em Maringá no início dos anos 80. Para os que não sabem, ele era bom moço, porém muito xucro, morava numa fazenda no oeste do Paraná e veio passear na casa do irmão mais velho que estudava aqui.
Na tentativa de brincar com o rapaz, os membros da Tanak's levaram-no para passear na Expoingá, quando o parque ainda era de terra e a entrada gratuita. Avisaram-no, entretanto, dos "perigos" do lugar. Previniram-no de que havia ali um espetáculo que consistia em trazer uma mulher: Mara, a bela, que se transformava em Tonga, a fera. Maratonga, a mulher macaca. A tal mulher mulher virava um grande gorila e, às vezes, ocorria dela escapar e, nesses casos, era necessário correr muito para não se machucar.
Quem já viu essa bobagem, sabe que se trata sempre de uma mulher feia, de maiô, que por meio de um jogo de espelhos parece se transformar num gorila, sumindo e reaparecendo com uma fantasia ridícula de macaco. Para aumentar o "drama" ela sempre abre a jaula e dá um pulo para frente para assustar que está assistindo. O que os amigos queriam era ver o xucrão correndo para depois gozar de sua ingenuidade.
No entanto, ninguém imaginava que ele seria corajoso a ponto de enfrentar o tal gorila. Todavia, foi o que ele fez. Quando a mulher, vestida de gorila, abriu a jaula e pulou para frente da platéia, ele desferiu um violento murro em sua testa, quebrando a máscara e desmaiando a moça.
Depois de entendido o que havia acontecido ele só repetia:
- Era ele ou eu, o macaco pulou eu bati mesmo. Eu sou do sítio, velho, lá onde eu moro não tem essa de correr não.
Ele só não sabia que se fosse um gorila mesmo, provavelmente ele teria sido morto. Viva a ingenuidade!