quinta-feira, dezembro 20, 2007

Diogo Mainardi forever

Vale a reprodução aqui da matéria de Diogo Mainardi, na Veja de 15/12/2007. Pena de morte é sempre um assunto plausível, como células-tronco e casamento de homossexuais. O Brasil precisa aprender a enfrentar a sua própria hipocrisia. Claro que a pena de morte jamais passará no Brasil, não sobraria um político vivo. Talvez um ou dois.
Meu prato de Natal
Pena de morte. É um tema perfeito para o período de Natal. Enquanto as pessoas confraternizam com parentes e amigos, distribuindo presentes e bons sentimentos, eu confraternizo com a cadeira elétrica e a forca.
A pena de morte reduz consideravelmente o número de assassinatos. Para cada criminoso condenado à morte, ocorrem de três a dezoito assassinatos a menos. A estatística consta de uma reportagem do New York Times, de onde chupei os dados publicados nesta coluna.A reportagem apresenta o resultado de uma série de estudos realizados na última década. Os economistas citados pelo jornal compararam as taxas de homicídio nos Estados Unidos com o número total de prisioneiros executados, estado por estado, cidade por cidade. Eles descobriram que, nos lugares em que a pena de morte foi aplicada com mais freqüência e com mais rapidez, como no Texas, a taxa de homicídios caiu de maneira mais acentuada.Alguns especialistas contestaram os estudos. O principal argumento que eles usaram foi o seguinte: o número de penas capitais é insuficiente para determinar seu efeito. Em 2003, nos Estados Unidos, apenas 153 criminosos foram condenados à morte, para um total de 16 000 homicídios. Um professor de direito da Universidade da Pensilvânia declarou ao New York Times que precisaria de 1 000 presos executados aleatoriamente para poder concluir algo definitivo a seu respeito. Por acaso ele aceitaria 1000 presos brasileiros?O fato é que os estudos mencionados pelo jornal indicam que há, sim, uma correlação direta entre a pena de morte e a queda no número de assassinatos. Pelas contas do economista H. Naci Mocan, cada execução acaba salvando cinco vidas. Apesar disso, ele afirmou ser pessoalmente contrário à pena de morte. Porque há outros fatores em jogo: morais, religiosos, políticos.
Na ceia de Natal, entre uma fatia e outra de panetone, o assunto pode ser este: se eletrocutar um assassino realmente salva vidas, há um ponto em que a barbárie da pena de morte se torna moralmente aceitável? Um professor de direito da Universidade de Chicago, Cass R. Sunstein, respondeu ao New York Times: "A evidência de que ela teria um efeito dissuasório significativo parece suficientemente plausível para tornar complicada a questão moral. Eu era contrário à pena de morte, mas passei a considerar que, se ela tem um efeito dissuasório significativo, provavelmente é justificável".
O professor da Universidade de Chicago tem um bom motivo para medir as palavras. Nos meios intelectuais, discute-se alegremente a tese de Steven Levitt, segundo a qual o aborto reduziria o número de assassinatos. Até mesmo o governador do Rio de Janeiro embarcou nessa, uma prova de que a idéia é falsamente provocatória. Já a pena de morte é um assunto proibido, automaticamente associado aos piores brucutus da história. Mas quando se tem 44 663 assassinatos por ano, como no Brasil, nenhum assunto pode ser tabu. Nem na noite de Natal.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Médicos que matam


Mais da metade - para ser preciso, 56% - dos alunos de sexto ano das faculdades de medicina não passaram no exame do CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo); muitos desses cursos que tiveram péssimos desempenhos cobram mensalidades que chegam a até R$ 4.000 mensais. Mas o pior não é o que o estudante paga, mas o que, uma vez formado, ele faz - ou deixa de fazer.
O diretor de comunicação do CRM-SP, Braulio Luna Filho, sustenta: existe uma forte suspeita de que o aumento de denúncias contra médicos se deve à baixa qualidade das faculdades, sem acesso a hospitais universitários ou professores qualificados. O número de denúncias cresceu 75% entre 2000 e 2006.
É mais um aspecto da crise do ensino brasileiro, agravado com o fato de que se formam médicos que matam ou prejudicam a saúde dos pacientes. Daí ser inexplicável (exceto por lobby corporativo) esse exame ser voluntário - e, pior, localizado em pouquíssimos lugares do Brasil, onde existem 172 faculdades de medicina que colocam na rua, muitas vezes sem oferecer residência, 10 mil médicos.
Deliciem-se com os resultados de algumas escolas participantes do Exame do Cremesp 2007
Unoeste (Pres Prudente)
Número de inscritos: 27
Percentual de aprovação:18,5
Universidade de Taubaté (Unitau)
Número de inscritos: 14
Percentual de aprovação:21,4
Faculdade de Medicina da Universidade de Marília (Unimar)
Número de inscritos: 10
Percentual de aprovação:0,0
Centro Universitário Barão de Mauá – Ribeirão Preto (UFBM)
Número de inscritos: 1
Percentual de aprovação: 0,0
Material extraído da Coluna de Gilberto Dimnetein, na Folha on line, 10/12/2007

quarta-feira, dezembro 05, 2007

PISA 2006 - O Brasil é Barrichello da educação

O Pisa é um programa internacional de avaliação comparada. A finalidade do exame é produzir indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais, avaliando o desempenho de alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.
As avaliações incluem cadernos de prova e questionários e acontecem a cada três anos, com ênfases distintas em três áreas: leitura, matemática e ciências. Em cada edição, o foco recai principalmente sobre uma das áreas. Em 2000, o foco era na leitura; em 2003, a área principal foi a matemática; em 2006, a avaliação tem ênfase em ciências.
Em 2006 foram 57 países avaliados, o Brasil ficou com a 54ª posição, por dem de classificação, assim ficaram os países:

01Taiwan, 02Finlândia, 03Hong Kong, 04Coréia do Sul, 05Holanda, 06Suíça, 07Canadá, 08Macao (China), 09Liechtenstein, 10Japão, 11Nova Zelândia, 12Bélgica, 13Austrália, 14Estônia, 15Dinamarca, 16República Tcheca, 17Islândia, 18Áustria, 19Eslovênia, 20Alemanha, 21Suécia, 22Irlanda, 23França, 24Reino Unido, 25Polônia, 26Eslováquia, 27Hungria, 28Luxemburgo, 29Noruega, 30Lituânia, 31Letônia, 32Espanha, 33Azerbaijão, 34Rússia, 35Estados Unidos, 36Croácia, 37Portugal, 38Itália, 39Grécia, 40Israel, 41Sérvia, 42Uruguai, 43Turquia, 44Tailândia, 45Romênia, 46Bulgária, 47Chile, 48México, 49Montenegro, 50Indonésia, 51Jordânia, 52Argentina, 53Colômbia, 54Brasil, 55Tunísia, 56Qatar e 57Quirguistão.
Nosso ministro da educação disse que isso é só um número, não precisamos nos preocupar. Ele é ministro do Lulla.