domingo, fevereiro 24, 2008

O sono como aliado da memória

Dormidas rápidas podem ajudar a memorização do que foi estudado é o que diz pesquisa. Rui Barbosa, no seu Oração aos moços já pregava que mais belas são as estrelas que saem da noite do que as que entram nela, ou seja, é melhor estudar depois de um período de sono e não forçar ficar acordado.
Leiam a matéria publicada na Folha de S.Paulo em 22/02/08

Uma pesquisa da Universidade de Dusseldorf, na Alemanha, sugere que cochilos rápidos podem melhorar o desempenho em testes de memória.
De acordo com o estudo, publicado na revista "New Scientist", voluntários que tiveram seis minutos de sono conseguiram se lembrar melhor das palavras.
Os cientistas avaliam que o sono "ultracurto" pode iniciar o processamento da memória no cérebro.
A equipe liderada pelo cientista Olaf Lahl afirma que é possível que o momento em que as pessoas pegam no sono seja capaz de desencadear um processo no cérebro que é mantido, independente do tempo em que a pessoa fica acordada.
"Isso demonstra pela primeira vez que um episódio de sono ultracurto fornece uma melhora efetiva na memória", escreveu Lahl na "New Scientist".
Sono profundo
A equipe de cientistas da Universidade de Dusseldorf convocou um grupo de estudantes e pediu que eles memorizassem uma série de palavras.
Depois, os voluntários tiveram um intervalo de uma hora antes de um teste, em que teriam que lembrar as palavras.
Durante o intervalo de uma hora, alguns dos estudantes tiveram permissão para dormir durante aproximadamente seis minutos. Os restantes tiveram que permanecer acordados.
Ao acordar, os estudantes que tiraram o cochilo tiveram um desempenho melhor no teste.
Cautela
Dezenas de outros estudos analisaram a relação entre sono e memória e apresentaram indícios de que o ciclo natural de sono e vigília tem um papel importante nesses processos.
Teorias sugerem que o processamento de memórias ocorre durante o sono profundo, uma fase que normalmente não começa até que a pessoa tenha completado 20 minutos de sono.
O professor Jim Horne, do Centro de Pesquisa do Sono da Universidade Loughborough, no Reino Unido, diz que a pesquisa alemã é "interessante", mas é preciso cautela.
"A idéia de que a memória pode melhorar em apenas seis minutos é uma descoberta notável e é preciso ter cautela em relação a esta descoberta", afirmou Horne.
"Existem muitas provas de que o processamento de memórias provavelmente ocorre com mais de seis minutos de sono", diz o pesquisador.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Burrice à vista

Câmara analisa fim da demissão sem justa causa.
O Brasil é o país campeão do mundo em asnices públicas. Se houvesse nas Olimpíadas uma prova de burrice por metro quadrado, eu não tenho dúvida que o Brasil seria um eterno campeão. Enquanto o mundo inteiro caminha para flexibilização dos contratos de trabalho, o Brasil (com o maior contingente de político estúpido por centímetro quadrado) caminha no sentido inverso.
Os despolíticos brasileiros (que ainda não sabem que o Muro de Berlim caiu e com ele o sonho vermelho-ingênuo dos anos 60) continua a engessar as relações trabalhistas, crendo que alguém vai manter um empregado desqualificado ou vagabundo só porque o governo quer. O mundo privado é ágil, por isso é competente; já o mundo público é inoperante, enferrujado e burro, veja o que acontece com o funcionalismo público, principalemnte na educação.
Não há uma forma de premiar os bons funcionários, porque o governo tem de sustentar uma horda de vagabundos em nome de uma tal isonomia (feita para proteger vagabundos e fantasmas) e em nome de uma estabilidade (feita proteger vagabundos, encostados, sindicalistas e tutti quanti).
Garantia de emprego conseguimos com talento, dedicação, empenho, trabalho sério e qualificação, não com leis protecionistas retrógradas e populistas. O mesmo vale para as cotas nas universidades: como o governo não melhora o ensino básico, resolve tapar o Sol com a peneira da burrice, piorando a qualidade do ensino superior em nome de uma suposta igualdade racial e social.
Leiam a matéria extraída do Portal da Câmara, 21/02/08
A Câmara recebeu na quarta-feira (20) a Mensagem 59/08, do Poder Executivo, que submete à aprovação do Congresso a Convenção 158/82, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe a demissão de trabalhadores sem justa causa.
O texto permite a demissão em casos de problemas com a capacidade ou o comportamento do trabalhador e também em casos de necessidade da empresa, como problemas econômicos, tecnológicos ou estruturais, mas com direito de defesa nas primeiras hipóteses e negociação com os sindicatos, nas demais.
Não estão entre os motivos de demissão justificada a participação em entidade sindical; apresentação de queixa ou participação em procedimento estabelecido contra um empregador por supostas violações de leis ou regulamentos; a raça, a cor, o sexo, o estado civil, as responsabilidades familiares, a gravidez, a religião, as opiniões políticas, a ascendência nacional ou a origem social; e a ausência do trabalho durante a licença-maternidade.
Os países signatários da convenção poderão excluir da proteção nela prevista os trabalhadores com contratos de curta duração ou feitos para realizar tarefa determinada; contratos de experiência com curto período previamente definido; e contratos de trabalho ocasional. Desde que com a consulta a organizações de trabalhadores e empregadores, poderão ser excluídas também determinadas categorias com características especiais.
Julgamento
O trabalhador que considerar injustificada sua demissão poderá recorrer a um organismo neutro, como um tribunal, um tribunal do trabalho, uma junta de arbitragem ou um árbitro. Esses organismos poderão analisar todos os aspectos da relação para se manifestar.A legislação nacional deverá, para evitar que recaia sobre o trabalhador todo o peso da prova, prever que o empregador deverá provar a causa justificada.
Os organismos julgadores estarão habilitados para decidir acerca das causas alegadas para justificar o término do contrato, levando em conta as provas apresentadas pelas partes e em conformidade com os procedimentos estabelecidos pela legislação e pela prática nacionais.
Nos casos em que forem alegadas, para o término da relação de trabalho, razões baseadas em necessidades de funcionamento da empresa, estabelecimento ou serviço, esses organismos de julgamento poderão verificar se o término foi devido realmente a essas razões, de acordo com normas a serem seguidas.
No caso de julgarem que a demissão foi injustificada, mas de não poderem ordenar a readmissão, poderão arbitrar uma indenização a ser paga ao trabalhador pelo empregador.Quando as causas alegadas forem de ordem econômica, tecnológica ou estrutural, além de poderem negociar o caso, os sindicatos poderão realizar consultas sobre as medidas que deverão ser adotadas para evitar ou limitar os términos dos contratos. Também poderão consultar medidas para atenuar as conseqüências adversas de todas as demissões, como procurar novos empregos para os demitidos.
Tramitação
A proposta será encaminhada à Comissão de Relações Exteriores e, caso seja aprovada, será transformada em projeto de decreto legislativo e tramitará pela Casa antes da análise do Plenário.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Cartões corporativos

Todos têm de ver esse vídeo, vejam rápido antes que saia do ar, é lógico que alguém no governo vai trabalhar para tirá-lo do ar, mas é o máximo.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Meu poema argentino

Atendendo a quase um pedido, vou postar aqui um poema meu, inédito, feito durante a minha estada em Buenos Aires para estudar e composto originalmente em espanhol. Segue nas duas versões:
Miopia

Siempre me conocí como el miope
Un chico,
Después un hombre de visión minorada
Por eso todo el tiempo
Me dediqué a ver más y más
Cuanto más miraba el mundo
Menos lo vía.
Hoy, casi no veo nada.
No sé si fueron los años
Que, como un dios furioso,
Me sacaron de una vez la visión
O se fue la codicia
De ver siempre más
Donde, a los mortales, no era más permitido.

Buenos Aires, 30/01/2008
Miopia
Sempre me conheci como miope
Um garoto,
Depois um homem de visão diminuída
Por isso todo tempo
Me dediquei a ver mais e mais
Quanto mais olhava o mundo
Menos o via.
Hoje, quase não vejo nada.
Não sei se foram os anos
Que, como um deus furioso,
Me tiraram a visão de vez
Ou se foi a cobiça
De ver sempre mais
Onde, aos simples mortais, não era mais permitido

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Poeta argentino

Essa é do bom e velho Borges, insuperável Borges.

Carnicería

Más vil que un lupanar,
la carnicería infama la calle
Sobre el dintel
una ciega cabeza de vaca
preside el aquelarre
de carne charra y mármoles finales
con la remota majestad de un ídolo


Açougue

Mais vil que um lupanar
o açougue empesta a rua.
Sobre o dintel
uma cega cabeça de vaca
preside o sabá
de carne bruta e mármores finais
com a remota majestade de um ídolo.